A íris
Leio as linhas,
leio as retinas negras do vitrô da parede,
leio o tempo morto e o sol nascente é sempre tão vermelho.
Não sabia ver o horizonte em rosa,
nem podia imaginar o mar tão agitado,
apenas na canoa,
naquele rio,
eu via o cinza chumbo congelar os meus magros sonhos.
Depois que se sai de casa,
depois que da ilha deserta vemos nossa infância,
tudo envelhece,
e a cor dos nossos olhos,
azuis ou não,
são as cores de nossos sentimentos.