Ecos de sobrevivência
Calam-se os céus nos ecos das bombas que explodem os sonhos.
Nuvens de dores fecham-se em si levando consigo os amores que sonhei.
Nada é visto, cegam-se os olhos nas visões que terceirizavam os sentidos,
em busca do novo, o velho encontrado fez-se rir das lágrimas desajeitadas que chorei.
Secam os mares onde em paixão me banhei nas ondas mansas que traziam a paz,
perde o azul que trazia em si a esperança, a cor da vida desfaz-se em sentença
tirando do homem a crença nascida dos oceanos que no azul se mantinha.
Seca a boca ante as águas frias que o sepulcro do mundo hoje me traz.
Emudecem as línguas molhadas nos beijos da morte das paixões falidas,
faz-se noite o dia, já sem sol ou lua onde a vida existia sem razões de ser.
É o nada que chega, grande fantasma aterrorizando o mundo onde vidas caminham vazias,
não há paz, morrem os sentidos onde a esperança foi um dia a conquista do prazer.