Ecos de sobrevivência

Calam-se os céus nos ecos das bombas que explodem os sonhos.

Nuvens de dores fecham-se em si levando consigo os amores que sonhei.

Nada é visto, cegam-se os olhos nas visões que terceirizavam os sentidos,

em busca do novo, o velho encontrado fez-se rir das lágrimas desajeitadas que chorei.

Secam os mares onde em paixão me banhei nas ondas mansas que traziam a paz,

perde o azul que trazia em si a esperança, a cor da vida desfaz-se em sentença

tirando do homem a crença nascida dos oceanos que no azul se mantinha.

Seca a boca ante as águas frias que o sepulcro do mundo hoje me traz.

Emudecem as línguas molhadas nos beijos da morte das paixões falidas,

faz-se noite o dia, já sem sol ou lua onde a vida existia sem razões de ser.

É o nada que chega, grande fantasma aterrorizando o mundo onde vidas caminham vazias,

não há paz, morrem os sentidos onde a esperança foi um dia a conquista do prazer.

Aisha
Enviado por Aisha em 12/10/2005
Código do texto: T59030