Faço-me

Faço-me poeta para gritar a dor contida

No espaço cheio de vazio que em mim ficou

Num breve momento de despedida

No eterno momento de dor

Faço-me poeta pra falar do dentro

que se perdeu do fora de mim!

Além de mim se fazem gestos

outras história de amor...

faço-me poeta pra esbofetear o papel

engolir o fel entranhado em mim

e pedir o abraço, segurar no teu braço

não te deixar partir!

faço-me poeta pra silenciar a dor oscilante

entre desespero e morte infante

do que eu chamei de eterno amor!

Faço-me poeta na incontida

madrugada..

mas sei e à ninguém falo!

que meu papel em tua pele acabou!

02.08.07

Cristhina Rangel

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 02/08/2007
Reeditado em 08/03/2008
Código do texto: T590198
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