Ensaio 242
Misturando as essências
Secando ao sol tórrido, mediterrânico
O messiânico cheiro da promessa
Quem tem pressa não repara
No adocicado e intenso perfume
Da moça que passa
Ela é esguia e morena
Ela é suave feito noite em que venta
Sua sombra se arrasta
Pelas calçadas de Lisboa
Pelos becos de Paris, pelos canais de Veneza
Seu olhar, farol que ilumina portos do Atlântico Norte
Essa mistura navegante
Ousada, não acredita no que digo
Dopada pelos versos, foge
Ao longe ouçamos os sinos
E sigamos, quem sabe?
Só com a escrita, sem o toque.