DIZER ASSIM

D
izer que fale Amor se assim convém
Ao que no verso espelhe à risca a vida
E à dor franquear discurso e tudo bem
Se é dor de não sentir, dor sem ferida.
Deixar que a perda cale por desdém
Nas distâncias de estar sem ser vencida
E, em dicas tais, destino descumprir
Pois meu dialeto, amor, é o não sentir.
Sou feito de partidas e fratura –
Afeito ao que Razão traduz sem dolo
Num todo (nota!) que no entanto dura
Em peso de sentença sem consolo,
Que errar (percebe!) nunca foi procura
Por mais que o sinta assim, por tolo.
Eu sou movido pela angústia imensa,
Esse meu mal, essa emoção que pensa.


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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 03/02/2017
Reeditado em 15/02/2017
Código do texto: T5901617
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