DIZER ASSIM
Dizer que fale Amor se assim convém
Ao que no verso espelhe à risca a vida
E à dor franquear discurso e tudo bem
Se é dor de não sentir, dor sem ferida.
Deixar que a perda cale por desdém
Nas distâncias de estar sem ser vencida
E, em dicas tais, destino descumprir
Pois meu dialeto, amor, é o não sentir.
Sou feito de partidas e fratura –
Afeito ao que Razão traduz sem dolo
Num todo (nota!) que no entanto dura
Em peso de sentença sem consolo,
Que errar (percebe!) nunca foi procura
Por mais que o sinta assim, por tolo.
Eu sou movido pela angústia imensa,
Esse meu mal, essa emoção que pensa.
.
Dizer que fale Amor se assim convém
Ao que no verso espelhe à risca a vida
E à dor franquear discurso e tudo bem
Se é dor de não sentir, dor sem ferida.
Deixar que a perda cale por desdém
Nas distâncias de estar sem ser vencida
E, em dicas tais, destino descumprir
Pois meu dialeto, amor, é o não sentir.
Sou feito de partidas e fratura –
Afeito ao que Razão traduz sem dolo
Num todo (nota!) que no entanto dura
Em peso de sentença sem consolo,
Que errar (percebe!) nunca foi procura
Por mais que o sinta assim, por tolo.
Eu sou movido pela angústia imensa,
Esse meu mal, essa emoção que pensa.
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