Poética dos ventos

Vento que adorna a atmosfera

Que espalha perfume de poesia

A leveza a preencher as janelas

Num frenesi de sensações e fragrâncias

Traços da saudosa meteorologia

Vento que vibra as árvores esguias

Num anunciar de magnificência

Um verdadeiro espetáculo natural

De encanto e doce magia

Vento que sopra secas folhagens

Que faz antigos moinhos girarem

Que varre os lares num quadrante torrencial

Que arrasta as lembranças do lenço de renda

Que inquieta as cortinas e seca o varal

É o mesmo que leva as dores

Afaga os amores

Mas também esfria o jantar

Se difunde nos pedaços do cristal

Nos cabelos esvoaçantes

Em fogueiras acesas a brilhar

Vento que inspira grandes Descobertas

E lendas de corsários em alto mar

Que iça e insufla as velas da vida

Direcionando os rumos de navegações

Confundindo o caminho às Índias

Impetuosa natureza dos ventos

Abre caminhos à emoções libertadoras

Faz laços acetinados de imaginações

Transporta a poeira de desertas memórias

Sopra sementes prolíficas de inspirações

Espalha o aroma do café

Abala as vigas da saudade

Completa o brilho matinal do sol

O dourado da viração da tarde

Na diáfana potência noturna

Numa miríade de sensações,

Profusa sapiência adornada

Do curso dos ventos e suas ilusões.

Larissa Moreira
Enviado por Larissa Moreira em 03/02/2017
Reeditado em 05/02/2017
Código do texto: T5901552
Classificação de conteúdo: seguro