Iceberg
Respirei fundo
para que o ar puxasse as palavras
que o pensamento sozinho não conseguiu
Todas estão ali
desfilando soberbas em minha frente
mas não posso reuni-las
não consigo vesti-las
muito menos despi-las
de poesia...
Sinto que minha alma congela
Sou iceberg
do qual só vês um ínfimo
Mas o que vale a pena... o íntimo
esse está submerso
Às vezes emerge
em algum verso...
Confesso!
Padeço desse mal:
Implodo em mil pedaços...
Talvez por isso...tantos cacos
que não consigo juntar...
Caleidoscópio de mil cores!
Microscópio de dores!
Perambulo dentro de mim
e me perco...
Desse mal padeço!
Aqui e ali cato palavras
como conchas na areia
E esperando que alguém me leia
quem sabe um dia
faço tudo virar poesia...