Não se me parta

Minhas unhas estão cheias de barro.

Meu corpo abriga o contato primeiro do ato de comer a terra, de adentrá-la. No primeiro instante de perda e procura.

Sou devir bicho. Devir pessoa. Devir mulher.

Sou porca em constante mutação.

Nada se fixa em mim, não fixo nada.

Apenas passo, de passagem e a vontade também para não mais estar.

Sou devir ela.

Queria poder encontrar as palavras e tempo certo para poder decifrar o enigma que se concentra no instante já.

Aqui, agora, no presente.

Falo e faço tanto e é isso que sou.

Inteiramente isso dividida em mil e uma partículas.

por favor...

Não se me parta.

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 02/02/2017
Reeditado em 02/02/2017
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