Antigamente, às sete horas
Antigamente, às sete horas,
Tudo era escuro, mas era simples,
Muito mais simples.
Sete da noite, antigamente,
Tudo, por ser igual, era bem simples:
Como a carroça do pão,
Como o pão,
Muito bem mais simples.
Sete horas, exatamente.
De novo.
Posso sair pela cidade,
Olhar mesmas realidades
E sempre inatingi-las.
Posso fazer os mesmos poemas,
Como o que não escrevo agora,
Exatamente às sete horas.
(Belo Horizonte, MG/1969)