IEMANJÁ
Oh, Mãe Iemanjá a rainha do mar. Protetora dos navegantes, dos pescadores, das águas bravias em noite de lua cheia. Como posso te conquistar? Como posso te adorar? Eu não sou do mar, vivo a espreitar o luar do meu lugar. Neste dois de fevereiro quero te ofertar uma rosa branca e depositar no mar, pois lá é tua morada. Quando sentir vontade de contigo conversar, é lá que eu vou te contemplar. Lá eu renovo minhas energias, me banhando de suas águas purificando meu ser. Com aquiescência de Deus nosso Pai Oxalá, Ogum, peço licença para entrar no mar. Me benzo, molho meus pés, minhas mãos, minha cabeça e te ofereço minha fé em ti. Iemanjá, Nossa Senhora de Navegantes, como posso afirmar teu verdadeiro nome? Já sei. Para ti não importa o nome que devemos conferir e sim a intenção dentro de mim o qual leva a ti. Quantos navegantes te temeram, quantos a ti recorreram? Mas para que temer? Tu és só bondade, ternura e amor. Precisamos mais do que isto? Não devemos ser egoístas para exigir tanto, basta que abramos nosso coração e demos morada á ti. Só isto que pedes, simples como uma criança abandonada à procura de um refúgio. As ondas do mar é obra de tua manifestação, dizendo para não temermos o mar e sim respeitá-lo, pois ali é teu pedaço de chão. Ao adentrar tem de pedir licença, ser respeitoso com tuas coisas, assim como exigimos respeito às nossas visitas que recebemos em nossos lares. Tu não és folclore como muitas pessoas te entendem. Tu não deves ser vilipendiada por seres inescrupulosos sedentos de ódio, preconceito. Tu és um ser especial que cuida de teus filhos, os protegendo de todas as mazelas. Teus filhos devem obrigações para contigo, agradecer tua lealdade com cada um. Quais obrigações? Obrigação de ser um filho caridoso, amoroso para com os seus e para consigo mesmo, saber perdoar, ser humilde, fazendo-se refletir no teu espelho da vida, axé.
Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 02/02/17