Arquitetos Lúdicos
A exuberância do amanhã
Na fuligem de sonhos retalhados,
A grandiloquência das palavras
Em bocas mal alimentadas,
Arquitetos lúdicos
Gozando sonhos lúcidos
Nas sombras da matéria deteriorada
Do sono mórbido de seu presente
A esperança dança em corações insensatos
No ballet do imaginário, e supri os desejos
Daqueles que engatinharam na aurora
Que nunca se levantou,
Para suportar se rastejar no escuro
Sonhando com o sol que nunca viram,
Para talvez acordarem no crepúsculo
E se despedirem com saudade
Da vida que nunca viveram;
Talvez meu coração seja o insensato
E sonhar seja a única possibilidade válida
E meus olhos egoístas e impacientes
Não suportem serem espectadores
Da miséria do sorriso desdentado
Dos sonhadores que tanto amo.