MENINO DO MATO.

Pensei! Não virá!

debrucei sobre os braços,

fixei o além.

E as nuvens foram aos

poucos arredando.

Lá vem ela... Ela veio...

sorri como criança,

ela veio despida,

redonda e dourada,

como moeda nova,

querendo circular,

penetrou em mim,

rasgou-me o tecido da

alma,

como uma mão guardiã,

pôs brilho na noite,

acendeu minha escuridão,

me olhou, me quis por

inteiro,

como o mar quer

a embarcação,

pôs um sorriso na minha

tristeza,

apalpou minha dor com

teus rubis,

me pôs na linha,

me deu adeus e retirou-se,

foi indo... Indo...Indo...

se escondeu atrás do monte,

me deixou

metido numa noite,

enquanto o sono não

veio,

fui servindo dos raios

como se não houvesse

outras noites de esperas,

e meus olhos, hum,

meus olhos marejados,

como um menino

bocoió ,bicho do mato.

Sai do poema, permita-me

caro leitor

abrir estas aspas,

lembrei-me da vovó,

falando a palavra bocoió,

bicho do mato,

a lua se foi,isto é real,

a palavra bocoió,

bicho do mato

é só mais uma pérola

que estava perdida

e recuperei.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 31/01/2017
Código do texto: T5898914
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