Pinos poéticos

Não é pó

nem erva que possa

Não dá aquele barato

nem leva ao espaço

Sua base

é a palavra

letra a letra, um conjunto de letras

com sons e variadas combinações

Há quem diga que vicia

Porém, não é preciso ir à biqueira

nem esconder-se quando consumida

Às vezes dá um ótimo barato

Quando se rima

o som é cativante

vamos ver:

borboleta na janela

beija-flor beija a donzela

quem sabe quem mandou

de todas ela é a mais bela

a borboleta não voou

ficou nos ombros da donzela

as duas bem juntinhas

anunciavam a primavera

Pinos poéticos

é pra todos e não deve ser evitado

Pois que a poesia nesses pinos

tem que ter seu consumo aumentado

_______________________________________

Esse poema nasceu à partir de uma conversa com um querido amigo. Fernando, nosso querido Gabeira, é prof. Falávamos sobre os problemas da periferia e como ela é vista pela sociedade. Foi quando ele me falou de um projeto que usava os pinos como invólucro, não de pó, mas de poesia.