Pinos poéticos
Não é pó
nem erva que possa
Não dá aquele barato
nem leva ao espaço
Sua base
é a palavra
letra a letra, um conjunto de letras
com sons e variadas combinações
Há quem diga que vicia
Porém, não é preciso ir à biqueira
nem esconder-se quando consumida
Às vezes dá um ótimo barato
Quando se rima
o som é cativante
vamos ver:
borboleta na janela
beija-flor beija a donzela
quem sabe quem mandou
de todas ela é a mais bela
a borboleta não voou
ficou nos ombros da donzela
as duas bem juntinhas
anunciavam a primavera
Pinos poéticos
é pra todos e não deve ser evitado
Pois que a poesia nesses pinos
tem que ter seu consumo aumentado
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Esse poema nasceu à partir de uma conversa com um querido amigo. Fernando, nosso querido Gabeira, é prof. Falávamos sobre os problemas da periferia e como ela é vista pela sociedade. Foi quando ele me falou de um projeto que usava os pinos como invólucro, não de pó, mas de poesia.