A Viúva

Olhem a bela e jovem criatura com seu amado que já não se faz presente.

Com o seu vestido bordado de martírios

E um dor inominável em seu olhar.

Eles se arrastam, por paraxosas avenidas,

Curtas e longas na cidade dos deitados.

Ela é a noiva que antagônica em seus

Sonhos: (Veio deixar o seu amado num altar.)

E ao verter seu absinto em doce face.

(Nesse luto, em que a luta lhe deixou.)

És bela, tão belo são os teus:

Cabelos capa, a pálida pele, os seus olhos roxos feito duas ametistas.

Vejo-te, eu contemplo:

teu lindo corpo dentre os santos, as campas, mil silêncios, os gavetarios, a ralé, o perfume das flores, o cheiro de podre, os olhares, as feições longicuas, encardidas no papel, o luxo, gelados marmores, os mausoléus os anjos barrocos, neo clássicos.

Contemplo- te, mulher...

Encanta-me, mulher,  brilhas...

Das catedrais sombrias, das prucianas torres,

(És musa,) estética:

Tornou-se, pintou-se

(Misticamente,) pintou-se

rebranianas luzes.

Expressionista são os traços teus

Nessa amargura tua, só tua,

em que meus pesasames te oferto nesse instante, O instante...

Em que meu coração contigo uno estar.

Em que meus olhos te namoram por entre a floresta de cruzes:

Sombria, belíssima

Emoldurada nessa imensa dor, uma dor imensa

Em que outrora já prescrito em tuas mãozinhas, quiromancia:

(Era um destino teu)

Contemplem a bela e jovem criatura com seu amado que não... Não, ele Já não se faz... 

O seu vestido negro, lhe vestindo de tristeza, sublime, a sua beleza angelical das feiras.

E sua dor; que não... Não é possível dimensiona-la em palavras.