O Pesadelo
Muita coisa mudou depois que migraste
O teu sentimento para outro pretendente
E as dores, os embustes, porém deixaste
A um canto meu (hoje de ti bem ausente)
A límpida manhã trouxe-me notícias tuas:
Pensas em mim – e quão belo é o amor! -
A peregrinar pelas calçadas e novas ruas
Inda exalo nos ares ramos de inusitada flor
Mas não há algum embaraço em tal novelo
Contrariando às novas ditas sentimentais
Cuidarei sempre de ti com o maior desvelo
Esquecer de mim não ousarás, isto jamais
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Tão pérfido pesadelo este que se me acometeu
Que despertei suarento, pasmo, enlanguescido
Pois em teu coração o locatário ainda sou eu
E é teu o meu peito deverasmente agradecido