O Pesadelo

Muita coisa mudou depois que migraste

O teu sentimento para outro pretendente

E as dores, os embustes, porém deixaste

A um canto meu (hoje de ti bem ausente)

A límpida manhã trouxe-me notícias tuas:

Pensas em mim – e quão belo é o amor! -

A peregrinar pelas calçadas e novas ruas

Inda exalo nos ares ramos de inusitada flor

Mas não há algum embaraço em tal novelo

Contrariando às novas ditas sentimentais

Cuidarei sempre de ti com o maior desvelo

Esquecer de mim não ousarás, isto jamais

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Tão pérfido pesadelo este que se me acometeu

Que despertei suarento, pasmo, enlanguescido

Pois em teu coração o locatário ainda sou eu

E é teu o meu peito deverasmente agradecido

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 30/01/2017
Código do texto: T5897404
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