Aldebaran
Aqui nossa luz não cessará,
acompanhamos o movimento
insáciavel de Plêiades,
estamos a salvo.
Aqui não há dor,
e nossos olhos não enxergam nada
além do infinito.
Há um espaço por trás de
todas nossas certezas,
um amplo breu obscurecido.
Sei que podemos alcançá-lo
agora ou daqui mil décadas,
ele espera, calado, por ser descoberto.
Assim como Aldebaran,
nossa luz atinge o oco
do oco
que consome a Terra,
Aqui somos Touro e não
gramíneas
porque aqui é nosso lugar,
longe,
inatingíveis e
imaculados como Aldebaran
que navega, étera,
incansável e solitária
no incerto.