Quem me dera II
Quem me dera que eu fosse
Uma canoa de tronco.
Levando e trazendo peixes
Gente e coisas.....
Dormir ao relento como dormem
As canoas, sem nenhum drama
E envelhecer bem devagar...
Como envelhecem as canoas.
E um dia sem mais serventia,
Morrer aos poucos emborcada
Na beira do rio
E ainda servir de brinquedo
Às crianças ribeirinhas.
Até finalmente
Me reintegrar ao chão da mata
De onde um dia saí.
De José Alberto Lopes - jan. 2017