RASCUNHOS DA MEMÓRIA.

Nas claras noites

rascunhos de desejos

derramam numa

taça, santo cálice

que jorra insanidades,

sussurros noite

adentro, risos de bocas

que degustam mananciais

de prazeres,

ai vem a madrugada

com seu ar de despedida,

e os sonhos se fazem

esquecidos nas manhãs,

nunca mais será lembrada

pelos resquícios da noite,

as lembranças serão

estocadas nos baús das

memórias,

como vinho para um

dia na velhice serem

degustados,

não te perturbes se o amor

virar cinzas na fornalha

do tempo,

sobretudo a vida vale mais

que uma noite de paixões,

e as lembranças são

licores que fabricamos

para alimentar outras etapas,

nesta o poeta se esbalda,

ele revela ao mundo

o sopro do instante,

e o leitor o lê como

se o poema fosse ao

todo sua expressão,

mas que ledo engano,

o poeta apenas esvazia

sua imaginação,

ele precisa descansar

de tão pesado fado.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 28/01/2017
Código do texto: T5895993
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