RASCUNHOS DA MEMÓRIA.
Nas claras noites
rascunhos de desejos
derramam numa
taça, santo cálice
que jorra insanidades,
sussurros noite
adentro, risos de bocas
que degustam mananciais
de prazeres,
ai vem a madrugada
com seu ar de despedida,
e os sonhos se fazem
esquecidos nas manhãs,
nunca mais será lembrada
pelos resquícios da noite,
as lembranças serão
estocadas nos baús das
memórias,
como vinho para um
dia na velhice serem
degustados,
não te perturbes se o amor
virar cinzas na fornalha
do tempo,
sobretudo a vida vale mais
que uma noite de paixões,
e as lembranças são
licores que fabricamos
para alimentar outras etapas,
nesta o poeta se esbalda,
ele revela ao mundo
o sopro do instante,
e o leitor o lê como
se o poema fosse ao
todo sua expressão,
mas que ledo engano,
o poeta apenas esvazia
sua imaginação,
ele precisa descansar
de tão pesado fado.