Gratidão, simplesmente gratidão...

Agradeço a Olorum pela dádiva da Vida

Pela Fé que sempre me guia

Agradeço a Oxalá quando ela parece me faltar

E a Logunã quando o excesso vem me sufocar

Ensinando que o Tempo é que rege a chegada e a partida.

A Oxum sou grato pelo Amor que irradia incondicional,

Pois é ele que me resgata quando me sinto perdido.

E quando o fanatismo e a possessividade me dominam

Rendo-me ao arco-íris de Oxumaré

Que me traz de volta ao equilíbrio amoroso esquecido.

Pelo Conhecimento que busco e nunca terei por completo

Reverencio a Oxóssi que o emana com sua flecha certeira

E quando me sinto disperso ou me perco na soberba

Ajoelho-me ante Obá e a ela agradeço, de resignada maneira,

Por mostrar-me que o aprendizado deve ser compartilhado.

À Justiça incorruptível de Xangô e seu machado

Prostro-me imensamente agradecido, pois sei que é infalível

E quando eu me deixo corromper, mesmo inconsciente,

Agradeço a Egunitá, a senhora do Fogo Sagrado,

Por queimar-me as sementes de injustiça que deixo brotar.

Quando busco a Lei Divina e se dela for merecedor

É a Ogum que recorro e a ele que sou grato

Mas quando por ventura a essa mesma Lei desobedeço

Aos Ventos e raios de Iansã dedico a minha gratidão

Pois ela me recoloca no caminho do qual sou seguidor.

Pela oportunidade de Evolução e de Transformação

Agradeço a Obaluaiê, por me mostrar que é no interior

De nós mesmos que devemos começar a mudar

E quando a tudo e todos eu me achar superior

Agradeço a Nanã por em seus pântanos esse mal decantar.

Pela dádiva da Geração e da Criação

Sou agradecido a Iemanjá e suas águas

E se indigno eu for desses presentes Divinos

Agradeço a Omulu pela chance de redenção

Mostrando-me que a Morte é só o recomeço.

Pela Vitalidade e Estímulo constante e pela guarda

Agradeço a Exu e Pombagira, que, para a Luz,

Trabalham nas Sombras e Trevas do mundo.

Pelo sorriso puro e por manter vivas as esperanças

Grato aos Erês, que, na verdade, não são apenas crianças.

Aos Pretos Velhos, pelas palavras sábias,

Ditas com amor e paciência, agradeço.

Aos Boiadeiros, pela força e seriedade

Com que laçam nossas agonias e por nos mostrar

Que um “boi” sozinho não tem felicidade.

Aos Baianos e Malandros o agradecimento

Por ensinar com alegria que é preciso ser flexível

E não levar tudo a ferro e a fogo nessa vida para ser feliz;

Assim como também nos ensinam os Marinheiros:

–Mar calmo nunca fez um bom aprendiz.

Aos Ciganos e a todo o Povo do Oriente

Também agradeço de alma livre e aberto coração

Por incentivar o amor próprio e a liberdade do ser

Para que tenhamos a tão sonhada prosperidade

Sem a necessidade de usar a injusta submissão.

De joelhos e em sinal de respeito profundo

Dedico, feliz, aos Caboclos minha gratidão

Por ensinar que andam juntas coragem e brandura

E que a flecha só vai célere em inequívoca direção

Porque para trás é puxada com força e doçura.

Por fim, agradeço à toda egrégora da Sagrada Umbanda

E todo o seu panteão de Espíritos de Luz

Que ensinam a Caridade descompromissada,

A Humildade de sabermo-nos em constante construção

E o amor incondicional, mas não cego, por si e pelo irmão.

Cícero – 27-01-2017

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 28/01/2017
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