Desprender

Criar asas para sobrevoar os mares
desses pútridos e ocultos medos engendrados na alma
que cegam.
Chegar alto
no zênite do tempo,
ultrapassar o impossível.

Cortar as asas para despencar 
em queda livre
no âmago da solidão,
enterrar-se fundo,
perder-se no absurdo e 
renascer profano,
desnudo,
inútil para trivialidades.

Sem asas, sem céus ou mares,
sem ser, desaprender a repetir,
perder as asas para abrir olhos 
por todos lugares;
mesmo com os pés no chão
ser onisciente, seu próprio deus,

desprender-se
no próprio infinito. 
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 27/01/2017
Reeditado em 27/01/2017
Código do texto: T5894886
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.