CHANEZA
La, no sopé da serra
pelas arvores
pelas pedras,
as asa do vento leva...
o olfato e as garras das feras.
Com pegadas marcam a terra
expondo raízes ao tempo
o mundo entristece com o homem
que sonha em ser lobisomem
e por nunca ter sentimento.
La no sopé da serra
estende os vales e os currais
o ronco da velha porteira
menino e suas brincadeiras
e o olhar dos animais.
Ali vem o alvorecer
com riso do sol e seu raio
o eco da goela ecoa
do outro lado a canoa
o pescador e seu baralho.
Na casa de pau, a panela
com seu cheiro pairando no ar
o cavaleiro na cancela
o sorriso da moça bela
um encanto para encantar.
Antonio Montes