A lenda
 
A pedra é parte que não define
Como o sonho na lógica desfia
No transado que segue e transgrede
A insônia vai e propaga-se na lenda
 
Que entra na realidade e perpassa em vão
No próprio mundo que tanto mal encerra
Em tempo fica a grandeza da lenda
Como o pensamento que pousa no silêncio
 
A vida múltipla dá-se as mãos em chamas
Abrindo na memória a flor silenciosa
Que perfuma o dia antes de abrir os olhos
Colando nas cores a tendência da primavera
 
Oxidaram no caminho a luz da lua
Deixando um escrito em versos sofridos
E na porta da alma encontra-se a solidão
Ao sabor poético de todas as lendas
 
Na noite o sono declina na penumbra
Cercado de uma emoção quase mística
Numa iluminada aquarela a lenda se finda
E ejacula uma tristeza na forma do eco
 
O tempo elabora uma saudade de seda
E canta o amor suave em sombras
Para vibrar e transformar tudo em feição
Que lateja no silêncio de uma lenda desfigurada




Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.





 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 25/01/2017
Reeditado em 25/01/2017
Código do texto: T5892683
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.