Não É Industrializado
Procura-se
um produto,
para muitas necessidades,
imerso em futilidades.
Investem só na carcaça
Esquecem que ela
se vai
com o tempo.
A carcaça
É só um luxo.
O que te serve é o assento.
O que te aconchega.
Mesmo sendo de forma diferente
Molda-se em seu corpo.
Como se fabrica
Um sentimento?
Pode o fordismo
padronizar um?
Criar peças
simplesmente para encaixar
em você?
Um tanto estranho.
Somos bilhões de singularidades!
Seria então um toiotismo
necessário no momento?
Então faça o pedido do produto...
Peça do jeitinho que você quer.
Aguarda!
Daqui 30 dias ele chega.
Assim como seu desejo quer,
como ele manda,
como ele ordena que seja.
Mas não se esqueça de pagar...
Se não ele não chega.
Seu produto tão elaborado.
Há produtos que idealizamos.
Imaginamos como ele deve ser,
mas baseado nas necessidades
e prioridades gerais.
O padrão bem aceito.
É pura tendência.
É muita decadência.
Logo,
tão brevemente,
seu produto não vai te servir,
ele será entediante,
sem surpresa alguma.
A qualidade está na surpresa
que lhe proporciona.
É a surpresa,
a singularidade
que nos satisfaz,
que nos prende em um vício sem fim.
Isso que geral chama de produto,
só será ideal
se você o moldar,
se você o construir.
Essa construção não se faz só.
Pois a criatividade é suprema
ao quebrar esse esquema
que só se constrói sozinho.
Não será o tal produto
encomendado que trará felicidade.
Você que a busca.
Você que a cria.
Você é o único responsável
por criá-la.
Não se importe
com imperfeições.
A perfeição
está na imperfeição.
Não desconstrua
seus valores
para seguir uma massa fútil.
Procure o que melhor lhe cai.
Procure de olhos fechados
e de sentidos aguçados.
E divida a felicidade,
com os os operários
que te ajudam construí-lo.
Não chame isto de produto!
Amor não pode ser
industrializado!
Nem programado!
Não se compra!
Não se troca por ter defeitos!
Nem por ser diferente
das expectativas!
Amor é aquilo que pinga
na sua essência,
que o transforma,
que revoluciona.
Amor não se encontra
em uma caixa de mercado.
Você só o encontra,
sem estar procurando,
afortunadamente,
serendipitosamente.
Sem saber o porquê,
você o quer.
Mesmo sendo tão diferente.
É pura agregação!
Mas livre de um querer colonizador.
É um querer libertador.
Só o sorriso da noite
que pode explicar.
Chega de idealizar!
Chega de padronizar!
Apenas sinta!
Respeite as diferenças...
Olhe com olhos de amor.