E AGORA, POETA?

Meus passos desconexos
procuram nada mais que o destino,
meu olhar percorre o infinito
divagando a esmo,
sigo por ruas incompreendidas,
vou como quem soletra o coração,
descrente daquilo que já nem cria,
nas entrelinhas a seguir em solidão,
cúmplice da minha hesitação,
se sou o último ou o primeiro, nada sei,
só sei que sinto falta de mim,
porque em mim não vejo o meu eu,
desperto, disperso, e penso na vida.

 

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)

Livro: A poesia da calçada não vende ilusão (2020)

20 de outubro- Dia do Poeta