FÊNIX

Adentrei o mundo das névoas!
Sumiu de mim meu olhar!
Consumi-me...
Esgotou-se a energia...
Consumiu-se toda dor em mim.
Quase desnuda... inerte...
Meu ser saiu de mim
Ondas quentes iam e vinham
As têmporas... latejando...
A lava escorria... sem parar.
O Grande Senhor do Universo
Tomou-me o pulso...
E o coração em suas mãos.
Meu sangue jorrava...
Feito lava de vulcão!
Um rio de sangue... jorrando!
A coragem engolida
Lava vermelha quente
Se esvaindo,... dilacerando
Artérias, veias suturadas.
Um silêncio absoluto,
No olhar do doutor.
Dissociado de mim
O fluir da vida...
A pele... alvíssima!
Vertigens, sensações múltiplas
De me evaporar feito pólen...
E perder-me nas areias do tempo
De desintegrar-me solitária,
Numa atmosfera magnética
Na espiral de um labirinto.
Por sobre meus poros
Partículas etéreas...
Ressecados lábios mudos,
O respirar... em “alfa”...
Apenas o levitar...
Por entre as cinzas...
Flutuou minh’alma!

Melodiosamente suave!
Por sobre meu ser transparente,
O espírito livre... uma vez mais,
Fênix ressurgiu!


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                               Izabella Pavesi
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                             imagem: arquivo pessoal