O AMOR ABRE CAMINHOS

Menino você chegou

E nem disse a que veio

Até me assustou

E deixou-me com receio

Percebi sua resistência

Em participar das atividades

Justificando (em parte) a repetência

E a distorção série/idade

Procurei, então, descobrir

Como ajudá-lo a vencer

E fazê-lo sentir

A importância do querer

Fomos nos afinando

Sua confiança eu conquistei

Você foi participando

Das atividades que desafiei

Foi perdendo a vergonha

De mostrar que não sabia

De mansinho já sonha

Em ser “doutor” um dia

Com isso pude constatar

Que aquele aluno “atrasado”

Precisava de carinho sem par

Como tempero no seu aprendizado

Foi só juntar todos os ingredientes

Que despertam competência e habilidade

Para ele mostrar conhecimentos suficientes

E avançar cheio de vivacidade

* * *

Com carinho para o aluno André Lucas (10 anos. Cursando 3ª série como repetente). Não lia nem escrevia de forma autônoma limitando-se a reproduzir e escrever seu nome de memória. Dois meses foram suficientes para permitir que André construísse seus próprios textos com as dificuldades comuns de todo começo. São exemplos como esses que nos fazem acreditar que vale a pena sermos educadores comprometidos com a justiça e a igualdade social.

Valeu André, acreditarmos um no outro!

Arcoverde/PE 11 de maio de 2005

Selma Amaral
Enviado por Selma Amaral em 11/10/2005
Código do texto: T58887