ESCREVO

Escrevo versos, fragmentos de memória

restos de pensamentos, desconexos

no fim da noite à procura de coesão, leitores.

Não faço rimas, as várias lembranças

disformes, chegam em turbilhão.

Evito métricas, pois conto venturas infantis

agora lembradas, mais valorizadas

e na meninice tudo é livre, ágil

desprendido, como a vida deve ser.

Não há obstáculos para o pensamento.

Evito censurar recordações e, soltas,

seguem como cavalos xucros, touros selvagens

a ruminar fatos, detalhes no vasto campo d’alma.

Dizem que escrevo poesia.

Prefiro crer, simplesmente, que traduzo sentimentos

e imagens que, num lampejo, me agitam a mente,

colorem minha alma, me dão, enfim,

um sentido à vida.

Raphael Cerqueira Silva
Enviado por Raphael Cerqueira Silva em 18/01/2017
Reeditado em 11/11/2017
Código do texto: T5885490
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