Infindo Caminho
A alma em exílio
peregrina por caminhos antes desconhecidos
tentando encontrar nas veredas inexistentes de uma rua
a esperança ludibria
de uma fuga
das insanas entranhas do próprio ser.
O vagar é trôpego
e envolto
pelo desejo de não mais continuar.
O estorvo é como um peso morto
que os ombros
já não suportam carregar.
O silêncio que cala
Engole, para saciar a fome
E cega
impedindo-a de caminhar.
O retrato que ali encontra
é do vazio humano
tão oco
que já não possui suprimentos para alimentar.
Os seres que ali estanciam
junto dela
há não muito tempo mais aqui habitam
são fantasmas que assombram
projetando em sombras
as faces dos demônios que rondam
por um caminho, que o fim nunca há de chegar.