BRINCANDO DE ESCREVER III
Hoje nós vamos brincar?
Ou só você vai sorrir?
Se rir de mim não dou bolo,
Você vai virar faquir.
É que pensando melhor
Não sei mesmo escrever...
Só fiquei observando
O léxico se aborrecer
Xingou todos os gramáticos,
Dizendo que turma do esquecer.
O linguista se irritou
Pois achou aberração,
Por que xingou o gramático?
Se nós todos somos irmãos?
O intelectual ficou
Pasmado sem entender,
Um esnobando do outro?
Que é que isto tem a ver?
O gramático ficou calado,
E saindo a passear
No campo encontrou a resposta
Para do léxico esnobar,
Buscou o analfabeto
Pra dele também zombar.
Foi chegando de mansinho
Dizendo amigo meu,
Me ajude num assunto
Que o léxico me meteu,
Ele me xingou todinho
Não sei que aconteceu.
O analfabeto disse
Homem deixe pra lá
Eu sou todo analfabeto não posso te ajudar,
Eu só sei contar piadas
Debaixo do pé de juá.
Mas procure o intelectual
Disso eu tenho certeza,
Ele vai te ajudar sem medo e sem brincadeira.
Pois esse é o único que não briga por besteira,
Sendo eu analfabeto não ligo pra língua do outro,
Se ela é morta se ela é viva,
Isso pra mim é asneira,
Pois tudo que me falou eu entendi de primeira.
Sendo eu analfabeto falo até palavrão,
E quando não me escutam vou embora de antemão,
Mas quando me dão trela eu lhe beijo até a mão.
Ai nós conversa bem bão,
Tomando uma curtinha,
Depois nós nos abracemos e vamo atrás da Ritinha,
Aquele que chega primeiro ,
Toma dela uma gracinha.
Tá rindo deu né dotor?
Mais eu não esquento não,
Tá vendo a lua bonita?
Meus olhos também estão...
Esqueça essas mazelas de nada elas valem não,
Va buscar sua viola e vamo cantar canção.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
02/01/017
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