Doce Gemido
Quem nega a elegância que nasce
Das mãos confiantes de Volegov?
Respiro vivas manhãs de histórias
E recorro à brisa que em meu rosto
Toca :
– Leva-me contigo,
Vladimir, onde a saudade mora;
E no mar eterno, ao tamborilar da sorte
Nesta tarde,
Vem recolher as vozes desta tua
Imensidão indômita.
Roça em minhas costas teu pincel
Sentido…
Guarda em minha boca o teu doce
Gemido
Que cospe cores que se vê
Invisíveis,
Porque dores
Inacessíveis –
Reflexão.
E vem, vem, não me deixes
Sozinha. Eu quero o gosto do teu pensar;
Tua sensação que me apazigua eu quero.
Dá-me nas veias a olência das tintas
[Corais – algas – maresia...
O teu prazer é o meu prazer,
E cada olhar que a mim se volta
Seja o teu, ou não, me completa –
Faz a minha existência
Concreta…
Real-[-Iza.
Lisboa. 20/09/2016.
*Uma homenagem ao pintor Russo, Vladimir Volegov.