Uma Noite Como Qualquer Outra

I

A sala esta toda escura

As damas dormem

Tem uma luz que entra

Pela fresta da veneziana

É do poste de luz amarela

Tem copos sujos pra todo lado

A luz aumenta sua densidade

Passos ligeiros pela calçada

Vazia, cheia de carros estacionados

E o silêncio é o pior dos barulhos.

II

Será que realmente alguém se importa?

O aquecimento pipoca e é a gás

Vitorianas lareiras que não existem mais

Uma sala que não quer rejuvenescer

E tem rato que sabe meu nome

Lá fora um frio e total desapego

Enquanto a água não esquenta ou molha

Sou eu o único a pensar nessas coisas?

E a luz que o silêncio marcou...

Agora impacientemente vira som!

III

Mais adentro no iluminar da madrugada

A escada acarpetado se mostra cansada

Há fotos engraçadas dependuradas na parede

E o subir é pesado e doloroso

Aquela luz, naquele som, há um quarto

Que sobra de abrigo quase embriagado

E a sala diz adeus, obrigado e eu me deito

Essas paredes que não se calam

A noite inteira é vermelha de fogo baixo

Esqueci algo na geladeira e não volto

A cama é minha desculpa que tenho!