Bukowskiana invernal
Meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez, resolvi, justo a essa hora da madrugada, publicar minha quarta poesia nesses sete anos de Recanto, feita de improviso psicodélico. Lá vai:
O céu está tão lindo em Charky City
O frio está lá fora à espreita como um urso branco faminto
e eu aqui no nirvana do ar condicionado
olhando pela espessa janela de vidro as constelações
Estou de cueca e camiseta
zombando do urso faminto
para ver a lua e as estrelas no céu
O vidro é o que garante a minha petulância:
astronauta em estação orbital com olhar de apluso para o espaço
Ser homem é domar a natureza
e arriscar a vida por motivos tolos e fúteis
movendo faculdades cerebrais e tecnlogia por momentos banais
O usufruto em vão da poesia: física à serviço do trivial
Desperdiçamos a química nos bares
a biologia vomitando porres inconsequentes
E as ciências sociais na antropologia do sexo pelo sexo
E eu desperdiço a literatura
e as ciências naturais
somente para justificar
uma olhada pro céu numa noite fria
Tudo bem
De qualquer jeito
com certeza sinto-me melhor do que aqueles
que estão tendo pesadelos a essa hora da madrugada:
o meu devaneio estelar não tem limite conhecido pelo homem!
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.