Siriruias

Asas de siriruias

Formam um tapete cor de cinza

No ventre da capelinha azul,

Até que dê o vento

E as disperse.

(Se fossem mais duras,

Serviriam de palhetas de camisas

De colarinho mole).

São duras não.

São como os presentes baratos de Natal,

Feitos para chegarem ao Dia de Reis

E se estragarem...

São duras não.

Propositalmente leves – como os sonhos –

Para os ventos do dia a dia

Levarem pra longe

E botar num álbum de troféus.

(Belo Horizonte, MG/1969)

William Santiago
Enviado por William Santiago em 11/01/2017
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T5878715
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.