BREVIÁRIO
Um escritor é solitário no desjejum de sua obra,
Mas, após uma bebida e um cigarro -
“Companheiros do escarro” -,
A solidão está municiada belicamente pelo turbilhão de palavras.
O escritor gosta do breu enquanto o frio aumenta:
A lua dos lobos, das raposas e dos cachorros loucos.
Pergunta ao dono da pensão: “Tá fazendo quanto aqui, não? 5°?”
A solidão do poeta estava acabando de acabar, onde mal começou...
Puxa seu caderno todo amarrotado e pede uma garrafa de conhaque...
“Um dos presentes na Pousada lhe confirma:
“ - Poeta a prostituta que entrou com você no quarto já foi embora e nem
Respondeu o motivo!” “ - Por mim, espero que morra congelada!”
(A prostituta era a mulher do homem quem tinha dado o aviso ao escritor)
(...)
Quanto mais o escritor se entregar ao exercício das letras -
Beletrismo, podendo até chamá-las de Belas Letras ou por “ofício” apenas:
O da mineração de peneirar cuidadosamente palavras tão ou mais preciosas
Quantos diamantes, esmeraldas ou turquesas;
Mas, mesmo assim, ainda não as descobrimos; e esse é o ofício do
Escritor – do amador ao profissional – a entrega para tentar descobrir sempre;
Quando o escritor se alimentar demais, sendo ou tarde,
Quando ele perceber que a sua missão sai do pensamento ativo, para o
Passivo, não que ele não seja mais capaz, mas é que sua obra já está
Completa, que não lhe há mais nada o que se acrescentar...
A própria Filosofia o continuará, como continuará a Literatura e as Artes,
Únicos campos vivos unânimes do mundo material e imateriais;
O que há de certeza é que ambos são de latitudes ora distantes, ora próximas
Demais podendo ocorrer momentos de cisão irremediáveis;
Muitas das vezes, os dois temas só se encontram para trazer um momento estético e controverso ao poema;
Sei que, enquanto a morte nos vigia de um lado,
Temos a solidão contra a Horda legionária dos infernos contra os demônios repreensivos da mente;
A solidão, companheira mais digna e antiga dos homens, desde as
Últimas 5 extinções, não haverá de nos abandonar.
磊