Foi-se o Outono...*
Foi-se o Outono
A malha afaga a pele
No dia que nem chega
Vem a noite
E com ela seus fantasmas
Eles de novo
São tantos, tão loucos,
Pobre perda de tempo
Escapando da areia
Sem vida, sem graça,
E já não és tão assim...
No regalo da impaciência
Prudente impaciência
Para quem nada espera
Mas tudo quer
Como se querer fosse verbo único
Que falta de espaço
No seu embaraço
Quase tardio
Fechou uma porta
Para abrir outro sorriso
Com tempo pra olhar de lado
E ver que o tempo nada deve
Nem tem a ver com esse infortúnio
Ao ler teus sinais
No prazo do pensamento
Caiu mais uma gota
E a certeza saiu para o infinito...
Outro tijolo!
Peixão89
*(faz parte do Tombo XXI – “Para Sentir” – 1993)