Sabores da Dor
Martírios escritos em muros de pedra,
Papiros guardados, poemas mofados,
Mamilos despidos pelos arrepios nus,
Com fungos esverdeados de um amor.
Torrencial desejo de fabricar palavras,
De evocar o tempo, poente e passado,
Doente que aterriza a libido em febres,
Invadido e invasivo o suplício presente.
Sombras perdidas no rumo do nunca,
Rondas nas trilhas das ruínas do nada,
Saliva da amada entre lábios rasgados,
Mascados sabores mascarados de dor.