CHOVEU
É a transparência das gotículas
que me enaltece o ser
É a brevidade da vida
a sua transformação contínua
É a poça, é o telefone a chamar
É meu cérebro a aguentar as crianças lá fora
Aos gritos das loucuras imaginárias
Que ficaram lá no meu passado
Adultos ranzinzas que somos
Calamos nossas crianças internas
Em busca de um silêncio vazio
Tenho, no entanto, ouvidos a latejar
Com os sons produzidos lá fora
Silêncio sereno pede o meu ser
Lá de cima cai a pedra
(Pausa)
O silêncio reverbera.