O FECHAMENTO DOS PORTÕES CELESTIAIS

Um desatento anjo mendigo

Estacou-se numa esquina terrena

Cansado das orações mecânicas.

Tão logo, começou a pedir

Doações de corações sinceros.

Horas passaram, dias, meses, anos.

Pobre do anjo mendicante

Não recebeu nenhum olhar

Estando vestido em trapos,

Trapos que cobriam sua santidade.

O pobre anjo desatento chorou

Por toda a indiferença que recebeu.

Voltou ao céu sem esperanças,

Enterrou-se nas nuvens pesarosas.

Desde então, encontram-se fechadas

Os portões do céu, à espera de verdade,

À espera de almas-chave que façam

A fechadura girar novamente.