Um muro alto
Havia um muro alto
Que habitava minha imaginação
Que separava dois lados
Um eu conhecia, o outro, não.
Eu dizia que nem queria conhecê-lo
Que nada ali era tão melhor assim
O lado que eu estava era perfeito
E que outro lado não era pra mim
O meu lado pareceu muito radical
Intolerante, Agressivo e Inflexível
Me senti, dessa forma, muito mal
E que meu lado não era infalível
Com o tempo me senti intrigado
E queria mudar todo o enredo
Queria conhecer o outro lado
Pois no fundo o que tinha era medo
Lentamente, aos pontapés e socos
fui ferindo as mãos com o cimento duro
Fui quebrando pouco a pouco
E eliminando aquele enorme muro
Quando finalmente o muro foi afundo
Num instante eu me comovo
Pois a saída de um mundo
era a entrada para um novo
Quebrei paradigmas, ideias engessadas
Ver só um lado é alucinação
Devemos enxergar sem muro e sem nada
Para que tenhamos a amplitude da visão.