Partida
Não foi conveniência
Não era a coisa certa a se fazer
Foi, sim, por coisas pequenas
Ou grandes demais.
Difícil distinguir pequenitude e enormidade
Um corte imensurável.
Foi pelas manhãs preguiçosas de domingo
As discussões bobas que insistia em perder
Os olhos enormes que viam a alma
Dentes tortos que refletiam perfeição
Um anjo torto,
Ferido.
Havia um desejo latente entre as almas,
Os corpos.
O gosto de suor e lágrimas
Olhos gritando sobre a nudez de seu corpo,
A perfeição de sua alma
Ela precisa me ver, enfim
Me fazer nascer
Tudo vem dela, a ela tudo pertence
Fito mais uma vez sua alma
Uma última vez
Preciso partir
Morrer.
Longe dela nada existe e caminho lentamente rumo ao meu abismo...