Minha Carcaça

Escrevo só para o meu silêncio,

Para pauta morta e entre linhas,

Deixo letras em meus inventários,

Sal na lesão profunda da lágrima.

Traços em caligrafia moribunda,

Rabiscos meus ficam sem força,

Minha necrose suja meu oxigênio,

A poesia vaga por vagões vazios.

Saem livres de mim, meus versos,

Inalados como câncer e no féretro,

Vermes, pestes invadem as vestes,

Ávidas a cobrirem minha carcaça.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 08/01/2017
Reeditado em 08/01/2017
Código do texto: T5875579
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