Minha Carcaça
Escrevo só para o meu silêncio,
Para pauta morta e entre linhas,
Deixo letras em meus inventários,
Sal na lesão profunda da lágrima.
Traços em caligrafia moribunda,
Rabiscos meus ficam sem força,
Minha necrose suja meu oxigênio,
A poesia vaga por vagões vazios.
Saem livres de mim, meus versos,
Inalados como câncer e no féretro,
Vermes, pestes invadem as vestes,
Ávidas a cobrirem minha carcaça.