Noites vazias

Ele sabia que era noite

Quando de todo labor se esvazia

Sem eira que o acoite

Sem beira, o que o aturdia

A estampa de mulher nua

em devaneios traçava avenças

a cama era toda sua,

e torta, de um lado, pensa

A noite também sabia quem era ele

não compartilhava da garrafa

nem se apropriava do sonho dele

assistia a derrota para a estafa

Como a sorte era omissa

Como o alcançar era distante

nenhuma vitória submissa

balbuciava em apneia ofegante

O dia rompia em ensolarado parto

Sem cordas para apoitar

Abandonava o insano quarto

Sem nada da noite para contar

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/01/2017
Reeditado em 08/01/2017
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