Noites vazias
Ele sabia que era noite
Quando de todo labor se esvazia
Sem eira que o acoite
Sem beira, o que o aturdia
A estampa de mulher nua
em devaneios traçava avenças
a cama era toda sua,
e torta, de um lado, pensa
A noite também sabia quem era ele
não compartilhava da garrafa
nem se apropriava do sonho dele
assistia a derrota para a estafa
Como a sorte era omissa
Como o alcançar era distante
nenhuma vitória submissa
balbuciava em apneia ofegante
O dia rompia em ensolarado parto
Sem cordas para apoitar
Abandonava o insano quarto
Sem nada da noite para contar