Metalinguagem
Não caibo dentro de mim
lépida e turva matéria
espalmada por fronteiras orgânicas
Neste falho e frio corpo
não há lacunas
onde é factível encaixar tamanho sentir
explode
GRITA
transborda
Transmuta-me a fera vulcânica
Cravo em papel
todo o impronunciável:
homicídio efêmero do sentir
que vê-se obrigado
a eternizar-se em versos
Concebo a expansão do Eu
mantenho-me engavetado
Quando a saudade
(fera dilacerante)
toma as rédeas
do meu então taciturno existir
Em compulsoriedade arbitrária
afogo-me no que sou
E morro de vida