TRILHA

TRILHA

E o trem

Que não mais existe

E os trilhos

Que não mais existem

E a vida fora dos trilhos

Virou asfalto

Impermeável

A paisagem dirigida

Que não olha aos lados

Não é periférica

É feérica

E fera ferida

Pela modernosa rebordosa

Das vidas, das plantas, das ervas

Sem flores

Sem cores, com dores

Que matam a alma

Preservam o corpo

Que segue a trilha

Sem trilhos, sem trens

Sem destinos, sem tinos

Até a última estação

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 07/01/2017
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