À Drummond

E como eu vagasse

numa praia de Mosqueiro

à hora vesperal

e só vislumbrasse

nas vagas da vazante

as vagas lembranças

doendo na memória,

como retratos poeirentos

clamando, aí num lampejo

incolor e insonoro

a imagem surge:

o mundo está à espera,

nada é gratuito,

deve chegar o tempo

e virá o recomeço.

… batendo leves soltas

asas as ideias se confundem

numa mixagem desordenada,

aparentemente incompreensível.

Me deixo fluir dentro de mim

e me absorvo por completo.