A pedra do rio

Me lembro do meu tempo de crianca e adolescente...

Quando fazia estrepolia pra não levar uma surra do meu pai, pro Mato eu corria, sentava em uma pedra no leito do rio e passava horas e horas, ali sentada com os pés dentro d'água pensando em tudo e pensando em nada ...

O coração batia descompassado, tinha medo que algum bicho me mordesse... mas o medo era ainda maior se meu pai me achasse e me batesse.

As águas molhavam meus pés e as lágrimas banhavam meu rosto... e pra ajudar a passar

a hora ali construí meu mundo encantado, onde eu reinava absoluta e conversava com fadas, duendes e pensava me encontrar com o príncipe encantado... ah! E nesta hora meu coração batia acelerado e ate um sorriso no rosto brotava.

Sonhava com um futuro colorido como o arco-Iris e ficava admirando as borboletas que voavam livre de um lado para o outro. Eu me imaginava vivendo aquele mundo de liberdade

Nos braços de alguém muito amado onde não haveria lugar pra dor ou para a tristeza e nem

Teria que vivenciar a tirania que causa tanta tristeza.

Ali ficava até a noite começar a cobrir a capoeira e as galinhas se acomodavam nos puleiros e meus pais já teriam se recolhido para descansar.

Minha mãe uma Santa, deixava meu prato pronto e a porta entre aberta.... Ainda bem que no dia seguinte meu pai fingia que esquecia e a vida assim fluía.

Mas o tempo passou ligeiro... e pra fugir dos açoites outro caminho eu tracei!

nunca mais pude sentar naquelas pedras encantadas... disse adeus ao meu reinado e em outro mundo passei a ser prisioneira...

O meu Príncipe? Um dia ele veio, me deu um beijo apaixonado, pegou sua estrada e pra sempre desapareceu...

Léo

Leonice lima
Enviado por Leonice lima em 06/01/2017
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