E DAI?
Abomino causar impressão
gosto de ser como sou,
assim mesmo, desimportante,
feito um livro na estante.
Tenho o cérebro engomado,
sou doido varrido, estabanado,
cão sem dona, vil, desagregado,
estou sempre aqui e acolá,
compondo pra outro rasgar,
sou um poetastro impopular.
Adoro mambo, tango, forró
e churrasquinho de jabá.
Acho graça da desgraça.
o velho blues perdeu a graça,
quero voltar pro meu sertão,
tomar porres de cachaça,
ouvir Bob Dylan e Gonzagão,
fazer um poema sem nexo,
e guardá-lo no abandono,
se os anjos não têm sexo,
versos livres não têm dono.
OBS: Poema revisado.