Sem sequelas
Busco a aflição das noites
para alimentar minha insônia
Pois deveras assim vivo açoites
E não morro, não debruçada,
Estagnada a espera do fim.
Olho para mim,
Deixando de fora
Tudo que ressalta aos olhos
Tento atingir apenas meu eu
Aquele que mora adormecido
Na ignorância da minha visão.
Busco o fracassado destemido
Dos inúteis dias, que não foram ressaltados
no calendário desta existência altiva.
Regalo-me na exuberância prazerosa
De me deixar amanhecer
Sem nenhuma sequela.
Enide Santos 04-01-17