Volta às trincheiras
Na vastidão da natureza convulsa
Estende incógnito sopro de poesia
Envolvendo a casa de campo
De madeira e emoções envelhecidas
Inundada toda a sua fachada
Com pétalas vermelhas adocicadas
E o tronco nu de madeira escura
Completam em tons de desolação
Uma melancólica cena de separação
À porta, a idosa senhora
Que o luto de suas vestes fulgura
Realçando suas marcadas feições
Das experiências de seu menino
Nas trincheiras e suas aflições
Ventos outonais exalam cravo e canela
Espalham saudade e sofreguidão
Cantam a melodia da partida
Pintam a cena do iminente destino
Das correntes de solidão
É a partida do soldado fardado
Em gestos de delicadeza e cortesia
Jura o seu sublime amor
À jovem e resignada senhora
Que lhe estende a mão e o coração
Sua bolsa transpassada
Leva o peso da promessa
E um coração de chumbo
Tomado pela incerteza
Carrega a bravura de heróis
Ah! Nobre e guerreiro soldado
Com capacete ao lado do corpo
O jovem combatente se despede
Avante ao levante rubro de 1917
Consigo esperanças vívidas
Do clarim derramando notas
Da aurora dourada da liberdade
À despontar no cerne do seu horizonte
A ordem de sua caótica estrada.