ÁLBUM 2017
Não peças as fotos do meu álbum,
Tiradas e reviradas no ano passado,
Às máguas estão ainda guardadas,
No trecho fecundo do coração calado.
Duras marcas foram firmadas,
No chão que percorri tão remoto,
Sofrendo as cruéis ressonâncias,
De um caminho cheio de distâncias.
Álbuns sinfônicos
Imagens distorcidas,
Num quarto escuro às escondidas,
Quantas vezes morri à agonia.
Nos álbuns da vida,
Transformamos as fotografias,
Não manipulamos os momentos,
Nem escolhemos as iguarias.
Álbuns do ano passado,
Que meu peito feriram com garras,
De ferro-sangue e púrpura
Deixe-me hoje no apogeu d’minha vida,
Apenas lembranças da existência curta.
Arthur Marques de Lima Silva
01/01/017
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